No último fim de semana (17 a 19), os estudantes de Engenharia Civil e Arquitetura da Dom Helder conquistaram o 1º lugar no Desafio de Sustentabilidade na Construção Civil, do Minascon.
A 19ª edição do Minascon, um dos mais importantes eventos da construção civil no país, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), teve como temática “Construções Verdes e Cidades Inteligentes”, com debates, feiras e palestras em Poços de Caldas. O encontro reuniu empresas do setor, além de órgãos como Crea, Sinduscon, BDMG, entre outros.
Na etapa final do Desafio de Sustentabilidade na Construção Civil, a Dom Helder foi representada pela professora Juliana Mascarenhas e por estudantes de Engenharia Civil e Arquitetura. O objetivo do desafio foi encontrar as melhores soluções sustentáveis e inovadoras para reduzir impactos socioambientais e promover a viabilidade econômica e a melhoria da qualidade de vida dos empregados do setor. Ou seja, contemplou o tripé que contextualiza a sustentabilidade: meio ambiente, economia e sociedade. Nossa equipe alcançou o pódio com a proposta “Uso de bioconcreto com inserção de chorume e necrochorume em pavimento rígido”.
Para chegar ao resultado, a professora Juliana contou que, em uma pesquisa inicial, verificou que a Biomimética, Biotecnologia, Cidades Inteligentes e Tecnologia, em especial a metodologia BIM, são algumas ferramentas importantes para reduzir os impactos causados pela construção civil. Para a questão das Cidades Inteligentes, achou que seria de grande relevância ter um aluno de Arquitetura. E assim, a composição da equipe foi:
Professora Juliana Mascarenhas – Orientadora
Gabriela Soares Barbosa – Eng. Civil
Tamires Cristiane R. Silva – Eng. Civil
Victoria Camylle X. Oliveira – Arquitetura
Paulo Wataru Diniz Araki – Eng. Civil
A ideia inicial da proposta era trabalhar com infra-estrutura utilizando concreto rígido. O concreto rígido seria composto por bactérias capazes de precipitar a calcita e promover o fechamento de trincas, evitando o retrabalho e aumentando a durabilidade da estrutura. Mas o Bioconcreto (concreto + bactérias) pode ser feito com bactérias do chorume e do necrochorume, contribuindo para a utilização de fluidos nocivos ao meio ambiente.
O fato de utilizar concreto rígido em rodovias sem nenhuma estrutura já contribuiu para o crescimento dos municípios no contexto de cidades inteligentes. A aluna Gabriela Soares Barbosa explicou que as bactérias biomineralizadoras presentes no chorume e necrochorume precipitam minerais que fecham as manifestações patológicas, evitando patologias, trazendo mais durabilidade à construção, dureza e economia a longo prazo. Além disso, causam um impacto positivo ao meio ambiente por agregar valor aos compostos que agridem os lençóis freáticos, atmosfera e solo. “Conseguimos provar a viabilidade técnica e provamos isso à banca com um demonstrativo real da obra utilizando a metodologia BIM. Além disso, conseguimos conciliar o conceito de cidades sustentáveis aplicando o demonstrativo em um local real na sub-região do sertão nordestino”, completou.
Os competidores da Dom Helder contaram com a ajuda dos professores José Antônio, Izabel, Aline e Claudio Pessoa. Também realizaram pesquisas aprofundadas, muitas reuniões, conversas com professores especialistas e orientandos de TCC. Juliana disse: “Uma das pontuações era exatamente a inovação. Então buscamos ideias já existentes e verificamos a possibilidade de juntar esses conteúdos na expectativa de propor um projeto inovador”.
Como 1° lugar, nossa equipe foi premiada com o valor de 5 mil reais e a publicação de uma matéria nos canais do Sistema FIEMG.
A professora Juliana comentou que a experiência da orientação foi fantástica e completou: “Não orientei sozinha, orientei com toda a Dom Helder. Meu maior retorno foi ouvir dos alunos que estavam vendo o quanto a Engenharia é importante e em quantas áreas eles podem atuar”.
A competidora Gabriela também teve uma grande e emocionante experiência. “Não foi somente pelo reconhecimento graças ao nosso esforço, mas também por representarmos a Dom Helder. Esse é o primeiro passo para a visibilidade da faculdade que até então, era reconhecida por seu curso de Direito, mas agora também provamos que vale ingressar nos cursos de Arquitetura e Engenharia”, afirmou.
Outras participações no Minascon
Além do Desafio de Sustentabilidade na Construção Civil, estudantes da Dom Helder participaram do concurso “A ponte – Minascon”, no qual os protótipos construídos pelas equipes, utilizando apenas palitos de picolé de madeira e cola branca, passaram por testes de carga crescente para a análise do desempenho das estruturas.
A Dom Helder foi representada pelos estudantes Phellipe Fernandes Gomes e Bruno Luís Marques Soares, com o apoio da professora Patrícia Barbosa. Eles competiram com outras 22 duplas.
“Eu e o Bruno vimos uma oportunidade de colocar em prática nossos conhecimentos de Engenharia para a construção de uma ponte de palito de picolé, seguido os moldes da própria competição que a Dom Helder nos proporciona. Foram 10 horas ininterruptas de construção. Não conseguimos ganhar a competição, mas o aprendizado foi muito grande e estou feliz por ter participado!”, contou Phellipe Fernandes.
A professora Patrícia Barbosa também palestrou na tarde de sexta-feira (18), no auditório do Palace Casino, sobre o tema “Controle tecnológico e durabilidade nas edificações: uma visão à luz da norma de desempenho”.
O engenheiro Ricardo Fabel, mestrando em Direito Ambiental pela Dom Helder, palestrou na manhã de sábado (19), no mesmo local, sobre o tema “ESG – O caminho para o sucesso dos empreendimentos”.
A Dom Helder contou também com estande no evento, preparado com o apoio do Centro de Simulação e Intercâmbio (CSI).